Por dentro da África é destaque em jornal brasileiro

0
771

No último dia 15 de julho, o Por dentro da África foi destaque no Jornal O Globo. Na coluna “Fome de Quê”, os leitores puderam conhecer um pouco do trabalho do veículo.

Desenvolvido pela jornalista Natalia da Luz, Por dentro da África é um site dedicado ao continente africano com notícias, pesquisas, teses e coberturas exclusivas.  O projeto, nascido em 2013, não recebe patrocínio de empresas, governo, tampouco de financiamento coletivo. Ele é absolutamente custeado pela realizadora que concilia o trabalho com outras atividades profissionais.

Ao lado de Natalia, que trabalha com coberturas na África desde 2007, estão parceiros que, há anos, estudam o continente africano. Os colaboradores do Por dentro da África estão em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Brasil, Portugal, África do Sul, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde. Conheça mais aqui sobre o projeto 

PDA Glbo

Leia o texto abaixo escrito pela jornalista Ludmilla de Lima

O primeiro voo da jornalista niteroiense Natalia da Luz não foi para qualquer destino turístico do Brasil nem para Estados Unidos ou Europa. Aos 23 anos, ela embarcava numa viagem sem volta para o continente africano. Hoje, aos 32, ela mora no Rio, mas mantém o coração do outro lado do Atlântico. Essa aventura começou em 2007, quando foi para a África do Sul passar uma temporada com a intenção de escrever reportagens para veículos brasileiros (e com o dinheiro parco de um empréstimo). Desde então, a sua paixão pelo continente só cresceu. E as travessias se tornaram permanentes: seja como jornalista freelancer ou pesquisadora. No seu passaporte, estão países como Moçambique, Angola, Suazilândia, Togo, Gana, Líbia, Quênia…

Nesse contato com tantas culturas e histórias, ela criou, em 2013, o site Por Dentro da África (pordentrodaafrica.com), que não tem patrocínio nem financiamento coletivo. A filosofia é dar voz aos africanos e mostrar a África como um lugar de oportunidades e grandes riquezas. No Facebook, Natalia tem 500 mil seguidores, e há reportagens dela com mais de 30 mil curtidas. Ela coleciona amigos e experiências únicas, como uma expedição arqueológica ao antigo Reino do Congo, de onde partiram mais de 70% dos africanos escravizados que vieram para o Brasil.

No Togo, Natalia conheceu uma população de retornados afro-brasileiros e, em Gana, fez uma série de artigos culturais e ganhou, em outubro do ano passado, o prêmio Africa Peace Awards Media Achievement.

— Fui à Líbia duas vezes para uma reportagem sobre o paradesporto após a queda de Kadafi. Em Trípoli, fui premiada e recebida pelo então presidente Mohammed Margarief. No Quênia, fiz pesquisa de campo sobre circuncisão feminina em comunidades somalis — lembra Natalia, que lançará campanha no site para recolher doações para refugiados.

Com especialização em História e Cultura Afrodescendente, ela diz que a África é sua “missão”.

— Em minhas visitas ao continente, eu sempre estive sozinha, com precária infraestrutura. A cada encontro, eu não sei mensurar o quanto aprendo, o quanto cresço, o quanto sou grata — revela Natalia, criada no Cubango, onde ainda mora sua família.

Por dentro da África ganhou prêmio em Gana, durante a Conferência da Paz, em outubro de 2015.