Comentando os BRICS: África do Sul, desafios e oportunidades

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BRICS-300x1691Por dentro da África

Aluno: João Baptista de Jovita

Angolano granduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

A dinâmica nas relações internacionais contemporâneas busca marginalizar o entendimento sob a realidade política dos países periféricos no sistema internacional como todo e em parte, a difusão massiva do afro-pessimismo em muitas instituições que configuraram as relações internacionais do século XX e XXI. Porém, no presente artigo,  analisaremos o papel e a real estratégia sul-africana ao aderir e permanecer nos BRICS, apesar dos constantes desafios econômicos, políticos e sócio-culturais nas suas linhas de fronteiras. Vamos problematizar a análise com base em consultas bibliográficas, de acordo com a quinta sessão temática proposta pela comissão científica. O trabalho refletirá diversas concepções na visão Sul-Sul.

Um grande legado dele (Barão do Rio Branco) é a capacidade de apreensão das mudanças. Na época em que o dinamismo econômico e o eixo de poder mudavam da Europa para os EUA, teve a capacidade de estabelecer uma boa relação com os EUA. Transferido para hoje, seria a capacidade de você se coordenar com os BRICS (FUNAG, 2012). Numa das recentes obras, organizada e publicada em 2012 pelo MRE/FUNAG, pelo IPRI e pelo Centro de História e Documentação Diplomática, a embaixadora e subsecretária-geral do Ministro das Relações Exteriores Maria Reis, buscou argumentar o comentário acima proferido pelo então ministro Antônio Patriota em uma das ocasiões da comemoração do centenário da morte de Barão do Rio Branco. Aprofundando seu argumento, a embaixadora entendia que havia crescente relevância dinâmica dos BRICS na arena internacional.

As classificações e concepções de vários autores pelo mundo são compreendidas; ora como novo centro de influência de uma estrutura multipolar de poder que então passaria a reger a ordem internacional no século XXI (REIS, 2012), ora como suspeita de que o grupo esteja se formando em detrimento dos interesses do ocidente (PHILLIP, 2011). Essas colocações têm causado diversas indagações em quase todas as linhas de pensamento de diversos autores. Dentre estas várias indagações pedimos emprestados os questionamentos feito por Martin With em sua obra “Política do poder”: o real objetivo desse bloco visa mesmo substituírem as organizações internacionais já existem? No seu franco argumento sobre o surgimento dos BRICS, a autora afirma que:

o que causa espanto, perplexidade, admiração, receio ou esperança não é o conceito destinado a identificar economias com imenso potencial de crescimento nas próximas décadas, mas sim o surgimento dos BRICS como mecanismo político-diplomático que se constitui em um momento de desenho da governança global, em que se torna cada vez mais aguda a percepção do déficit de representatividade e portanto, de legitimidade, das estruturas gestadas no pós- guerra (REIS,2012).

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