Crise humanitária no Sudão atinge novo patamar de urgência

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© WFP/Mohamed Galal Over 380,000 people are currently displaced in Tawila

Com informações da ONU News

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) anunciou um plano atualizado para ampliar a assistência às comunidades afetadas pela crise no Sudão ao longo dos próximos três meses. A proposta prioriza as áreas de alimentação, saúde, água potável, saneamento, abrigo e proteção — e requer US$ 120 milhões para sua implementação.

Doenças em rápida expansão

A situação de saúde em Darfur do Norte tem se agravado rapidamente. De acordo com agências humanitárias presentes na região, os casos de cólera, sarampo, malária e traumas físicos estão aumentando de forma alarmante nas cidades de Tawila, El Fasher e Kebkabiya.

A insegurança forçou o fechamento de mais de 32 unidades de saúde, enquanto a falta de testes diagnósticos rápidos e os frequentes cortes no acesso à internet comprometem gravemente o monitoramento de surtos.

“A escassez crítica de suprimentos cirúrgicos, medicamentos essenciais e vacinas está levando o sistema de saúde à beira do colapso, deixando milhares de pessoas sem acesso ao cuidado de que precisam para sobreviver”, afirmou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, em coletiva de imprensa em Nova Iorque.

Mortes por sede e colapso nos mercados

O deslocamento forçado continua a provocar tragédias entre civis em busca de segurança. Na semana passada, 17 pessoas deslocadas morreram de sede e desidratação no deserto, após o veículo em que viajavam quebrar, segundo autoridades do estado do Norte.

O OCHA também alertou que os mercados em Darfur do Sul estão sofrendo com o aumento expressivo dos preços, resultado de enchentes e da interrupção de rotas de abastecimento vindas do Chade e do estado do Norte devido à cheia dos rios sazonais.

Escalada da violência em Kordofan

A ONU expressou ainda profunda preocupação com a escalada da violência na região de Kordofan, após relatos de que cinco civis foram mortos e vários outros feridos em ataques com drones sobre mercados de combustível nas cidades de Al Fula e Abu Zabad, no estado de Kordofan Ocidental.

A organização voltou a pedir:

cessar-fogo imediato entre os grupos em conflito, proteção de civis e trabalhadores humanitários, acesso irrestrito às áreas afetadas, inclusive atravessando linhas de combate e fronteiras, e maior apoio internacional para enfrentar as crescentes necessidades humanitárias no país.