Episódio #7 – George Padmore: o herói silencioso pan-africano, com Pablo Mattos

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O historiador brasileiro Pablo Mattos é o convidado da sétima edição do Por Dentro da África Podcast. Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Pablo defendeu em 2018 a tese The Silent Hero: George Padmore, Diáspora e Pan-Africanismo.

A pesquisa propõe um debate sobre a interação entre intelectuais negros e negras ao longo da primeira metade do séc. XX. Ideias e pensamentos alinhados com as ideologias vigentes e que ajudaram a construir o movimento Pan-Africano que se expressou de várias formas em vários pontos do mundo, em particular em África como fundamento para a libertação dos países africanos do jugo colonial.

Assim como Cyril Lionel Robert James e William Edward Burghardt Dubois, George Padmore, foi um dos gurus do movimento, diz Pablo de Mattos. Padmore foi um intelectual fundamental na construção do Pan-Africanismo e grande mobilizador das lutas anticoloniais durante a década de 1950.

Pouco falado e nos bastidores dos grandes eventos e congressos, tal como o 5º Congresso de Manchester de 1945, Padmore defendia a ruptura com o sistema colonial e uma África para os africanos. Foi aliado de Kwame Nhrumah, ex-presidente de Gana (1960 a 1966), e juntos vislumbravam uma África unida.

Mais do que uma tese biográfica, Pablo Matos apresenta um trabalho documental extensivo com base em artigos de imprensa, documentos e obras literárias que trazem à luz as discussões e as ideias construídas por estes intelectuais e que ainda hoje se manifestam e deram substância para movimentos negros no mundo.

Conceitos como Diáspora, Pan-Africanismo, pensamento radical negro, Intelectuais Caribenhos, história da África contemporânea, colonialismo e anti-colonialismo, relação entre o internacionalismo negro e o comunismo, História Intelectual e História dos Conceitos são explorados na tese.

“O pan-africanismo é um grande guarda-chuva, mas ele tem uma sobrevivência muito maior do que os outros movimentos como o ‘pan-germanismo, por exemplo’. O pan-africanismo pode englobar diversos atores. Ideias e movimentos que são diferentes entre si. Podemos pensar que é um movimento de solidariedade de intelectuais africanos e da diáspora que pedia a derrubada do colonialismo, e fazia forte crítica ao imperialismo. Isso não se interrompe com o movimento de independência. O pan-africanismo permanece lutando contra o racismo, imperialismo, desigualdades”, define o historiador.

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