Desde que Ardo Hassan Kowdan fugiu da Etiópia para o Quênia há 11 anos, ela sonhava com o dia em que poderia voltar para casa. Embarcar em um avião que finalmente a levaria de volta para sua terra foi um momento marcante. Ela está entre os 76 etíopes que voltaram para casa em fevereiro. Eles viviam no campo de refugiados de Kakuma.
A ação, apoiada pela Agência ONU para Refugiados (ACNUR) e pelos governos de Etiópia e Quênia, faz parte de uma tendência crescente na qual milhares de refugiados etíopes na região estão escolhendo voltar para casa. Eles são motivados, em parte, pelo impacto de recentes reformas políticas e econômicas em sua terra natal.
Onze pessoas retornaram ao país em 2019 e outras 4 mil devem seguir este ano. Cerca de 28,5 mil refugiados etíopes vivem no Quênia. A maioria dos retornados é originária da Região Somali da Etiópia e vive como refugiada há mais de uma década. Mais da metade são mulheres e meninas, algumas nascidas e criadas no campo.
O ACNUR está fornecendo aos retornados um pacote de apoio que inclui dinheiro e subsídios de transporte para que eles possam viajar para seus locais de origem. O grupo foi registrado e recebeu uma refeição de boas-vindas. Eles passaram a noite em Dire Dawa antes de seguir para Jijiga, capital da Região Somali da Etiópia.
Depois de tanto tempo longe de casa, receber apoio contínuo do governo, do ACNUR e de outras agências para recomeçar suas vidas será vital. Ardo deseja que seus filhos de 16, 17 e 18 anos voltem a estudar o mais rápido possível e já tem ideias para começar um negócio. “A vida como refugiada não foi fácil. Lutei para criá-los e educá-los”, disse. “Vou precisar do apoio do governo e do ACNUR na minha nova vida.”