A Missão da ONU na Líbia (UNSMIL) condenou veementemente o ataque a um colégio militar na capital do país, Trípoli, que causou pelo menos 30 mortes e mais de 30 feridos. Segundo agências de notícias, o atentado aconteceu no sábado quando os cadetes se reuniram em um desfile na academia Hadaba, em um distrito do sul da capital.
Respondendo ao ataque, a UNSMIL afirmou que a escalada da ação militar “dessa maneira perigosa complica ainda mais a situação na Líbia e ameaça as oportunidades de retornar ao processo político.”
Oferecendo condolências às famílias das vítimas e desejando uma rápida recuperação dos feridos, a missão acrescentou que o ataque a alvos civis podem representar crimes de guerra. Segundo a mesma nota, os autores do ataque “não podem ficar impunes, não importa quanto tempo possa demorar.”
Acesso humanitário
Nas últimas semanas, 12 unidades de saúde foram forçadas a fechar nas principais áreas de confrontos. Mais de 210 escolas estão fechadas, deixando 113 mil crianças sem aulas.
Na sexta-feira, o vice-chefe da missão, Yacoub El Hillo, condenou o aumento da violência, dizendo estar “horrorizado com ataques sem sentido e indiscriminados” contra alvos civis que “continuam a tirar vidas inocentes”.
Também existe preocupação com a perspectiva de mais intervenção estrangeira, com o governo rival no Leste recebendo apoio de vários países, incluindo Emirados Árabes Unidos, Egito, Jordânia e Rússia.
Na quinta-feira passada, o parlamento turco aprovou um projeto de lei para enviar tropas em apoio ao governo de Trípoli.
Na sexta-feira (4), o secretário-geral, António Guterres, repetiu um pedido de cessar-fogo imediato e um regresso ao diálogo político. O chefe da ONU afirmou que “qualquer apoio externo aos partidos em guerra apenas aprofundará o conflito e complicará ainda mais os esforços para alcançar uma solução política pacífica.”
Desde abril que as forças do auto-denominado Exército Nacional da Líbia, LNA, sitiam Trípoli, sob a liderança do comandante Khalifa Haftar, que está alinhado com um governo rival em Tobruk, opondo-se ao governo de acordo nacional apoiado pela ONU e outros aliados, com sede na capital.
Nas últimas semanas, um aumento nos ataques aéreos e bombardeios causaram a morte de pelo menos 11 civis.