Ao menos 65 mil crianças foram libertadas de forças e grupos armados nos últimos 10 anos. A declaração foi feita por Anthony Lake, diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), durante as comemorações do aniversário dos Compromissos de Paris para acabar com o uso de crianças em conflitos, que reuniu líderes globais na capital francesa.
“Há 10 anos, o mundo fez um compromisso para as crianças da guerra e o combinou com ação – ação que ajudou a dar uma nova chance de vida melhor a 65 mil delas”, disse Lake. “O encontro de hoje não é apenas para olhar para o que já foi conquistado – mas para olhar para frente, para olhar o trabalho que ainda falta ser feito para apoiar as crianças da guerra”, lembrou. Das 65 mil crianças libertadas, mais de 20 mil estavam na República Democrática do Congo, quase 9 mil na República Centro-Africana e mais de 1,6 mil no Chade.
O número exato de crianças usadas e recrutadas em conflitos armados é difícil de ser confirmado devido à natureza ilegal desse tipo de ação. Mesmo assim, o UNICEF estima que 17 mil crianças foram recrutadas no Sudão do Sul e mais de 10 mil na República Centro-Africana. Na Nigéria e países vizinhos, o Boko Haram recrutou quase duas mil crianças. No Iêmen, a ONU já documentou 1.500 casos desde a escalada do conflito, em março de 2015.
Nos últimos dez anos, o número de países que endossaram os Compromissos de Paris praticamente dobrou: de 58 países, em 2007, para 105 até o momento; sinalizando um maior compromisso global para acabar com o uso de crianças em conflitos.