Por Fernando Guelengue, Por dentro da África
De Luanda – Em menos de 24 horas da data prevista para a realização da conferência de imprensa dos 17 ativistas condenados pelo Tribunal de Luanda, por crime de rebelião e associação de malfeitores, o grupo de apoio da organização emitiu um comunicado para adiar o encontro.
De acordo com o comunicado ao qual tivemos acesso, “a conferência de imprensa dos 15+2, anunciada para o dia 20, foi adiada por ter sido negada a cedência pela direção do SOVSMO”. O documento menciona que os ativistas têm recebido pressão interna e externa para apresentar as suas versões sobre a prisão, onde ficaram por mais de um ano.
“Decidimos organizar o evento no mesmo lugar que recebeu as duas conferências de solidariedade, enquanto estávamos encarcerados”, afirma o documento.
Os ativistas que, há duas semanas aguardam o julgamento em liberdade, solicitaram o espaço no dia 14 de julho, mas, na tarde da última terça-feira (19), a direção do complexo decidiu não ceder o espaço alegando compromissos administrativos. A informação que os revús (ativistas) compromete a direção do partido da oposição com mais assento parlamentar, a UNITA, pois várias tentativas foram feitas para mitigar o problema junto da mais alta estrutura daquela organização.
“No dia 18, a direção do Complexo não havia se pronunciado. Na tentativa de saber a resposta ao ofício, a equipe se deslocou ao local e recebeu a informação de que havia pessoas da alta estrutura do partido com a obrigação de viabilizar a situação, o que ficou confirmado com a carta-resposta da instituição”.
As diligências da equipe de apoio fizeram-nos contatar membros da mais alta estrutura da UNITA como os senhores Victor Hugo, Adriano Sapinala e Massanga Savimbi, que disseram ter tomado conhecimento do evento por meio da Rádio Despertar e, dada a dificuldade de receber uma resposta oficial do SOVSMO, prometeram fazer o possível para resolver a situação.