Angola: Eleitores poderão usar aplicativo para denunciar fraudes

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Apresentação do aplicativo

Por Fernando Guelengue, Por dentro da África

Luanda – Na última semana, o aplicativo Zuela foi lançado em Angola com o propósito de conscientizar a população sobre a sua participação no processo eleitoral deste ano. A partir de um programa instalado no celular, os eleitores terão a chance de denunciar casos de compra de votos, corrupção e violações de direitos humanos antes, durante e após o pleito marcado para agosto.

Chamado de zwela (zuela), que significa fala em kimbundu, a iniciativa pertence à associação Friends of Angola e surge em um momento em que as eleições têm sido alvo de contestações da oposição e da sociedade civil.

De acordo com o ativista Domingos da Cruz, representante da organização em Angola, trata-se de uma ferramenta destinada a fortalecer a democracia e os direitos humanos no mundo, envolvendo cidadãos, governo e a comunidade internacional.

-É uma ferramenta que será usada especificamente para denúncias de irregularidades pontuais que venham a ocorrer ao longo das eleições, tal como violência e corrupção eleitoral e descumprimentos das regras eleitorais pelos membros nas assembleias de voto”, explicou Domingos, durante a apresentação no dia 10 de fevereiro.

O zuela funciona como uma aplicação de rede social móvel para usuários que publicam atualizações por meio de mensagens de textos, fotos e áudios. Entre as suas características constam a inscrição gratuita por meio de um uso livre, a visualização de atualizações, bem como a publicação. O processo de registro requer um endereço eletrônico válido e uma data de nascimento do usuário para monitorar as postagens.

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Foto cedida pela Friends of Angola

– A informação de denúncia ficará em uma base de dados segura compartilhada com organizações nacionais e internacionais. Podemos dizer que ainda há muita gente que não conhece. Recebemos algumas denúncias que ainda não são de relevância, mas queremos fazer uma apresentação pública para que as pessoas possam compreender melhor a relevância desse processo – disse ao Por dentro da África,  Florindo Chivukute, diretor executivo da Friends of Angola.

As atualizações serão apresentadas como relatórios que podem ser filtradas por país e dada, em cinco (5) categorias: Eleições, Política, Violência, Corrupção e Direitos Humanos. Entre as subcategorias constam ativismo, raça e racismo, corrupção, anti-corrupção e artes.

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