Rio – A ajuda humanitária deve colaborar mais para diminuir os riscos de conflito à medida que mudanças climáticas, crescimento populacional, urbanização rápida e não planejada e insegurança alimentar e de água estão dificultando o trabalho de governos e organizações humanitárias para dar uma resposta eficaz aos desafios atuais, alertou um relatório da ONU publicado na última sexta-feira.
O documento “Dados e Tendências sobre a Ajuda Humanitária no Mundo em 2013”, do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), aborda as causas e os atores que participam da prevenção e resposta aos conflitos e recuperação dos países, além de destacar que boa parte das crises humanitárias atuais vem de longa data e apresentam poucos sinais de melhora futura.
Dentre os países que receberam ajuda de múltiplas agências da ONU em 2012, oito já estavam obtendo ajuda nos últimos oito ou dez anos, incluindo o Sudão, a República Democrática do Congo e a Somália.
Mesmo que não sejam longas, muitas crises acontecem repetidas vezes como resultado de choques climáticos, de conflito ou de preços, atingindo pessoas cronicamente vulneráveis.
Por causa disso, o relatório conclui que a assistência humanitária ainda é esmagadoramente focada em respostas imediatas e a ajuda para o desenvolvimento em longo prazo muitas vezes não consegue atingir os mais necessitados.
Menos de 5% do financiamento humanitário e menos de 1% do financiamento para o desenvolvimento são gastos na preparação e prevenção de crises, de acordo com números fornecidos.
Aproveitando as lições aprendidas com a crise de 2011 no Chifre da África e no Sahel em 2012, o relatório afirma que a ajuda humanitária e de desenvolvimento devem contribuir para a gestão do risco de crise.
O documento ainda agrega informações de diferentes fontes em um longo período de tempo, proporcionando um ponto de referência global para lideranças políticas, pesquisadores e trabalhadores humanitários.
Com informações da ONU