Rio – Com a caça ilegal de elefantes na África alcançando escalas sem precedentes, cientistas forenses, policiais e promotores se reuniram em Viena, Áustria, na última semana, para apoiar os esforços da comunidade internacional no combate ao crime contra a vida selvagem.
Convocado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o encontro de três dias debateu diretrizes nas análises a serem empregadas em cenas do crime contra os elefantes e pelos laboratórios forenses.
Revelar a origem das amostras do mercado do marfim pode ajudar a maximizar a eficácia da aplicação da lei identificando áreas onde a caça ilegal está acontecendo. Segundo a agência da ONU, este tipo de crime afeta a segurança nacional, o Estado de Direito e o desenvolvimento econômico e social.
Triste estatística
A cada 15 minutos, um elefante é morto, segundo a Campanha Iworry, criada pela The David Sheldrick Wildlife Trust (DSWT) com o objetivo de conscientizar a população sobre o impacto devastador do comércio ilegal de marfim.
Reconhecendo a necessidade de alertar o mundo sobre este negócio que mata milhares de elefantes por ano, a organização acredita que todos têm uma participação na conservação desta espécie.
– Muitas pessoas pensam que o comércio de marfim foi um problema do passado, mas a verdade é que, se as tendências atuais em aumento da incidência de caça ilegal continuarem, toda a população de elefantes africanos pode ser dizimada em 2025. Dentro de 15 anos, os elefantes poderiam ser extintos – diz a organização em comunicado.
Os dados mostram 2011 como o pior ano da história para o abate ilegal de elefantes desde 2002. Durante 2011, as autoridades apreenderam mais de 23 toneladas de marfim, o que representou cerca de 2.500 elefantes individuais mortos. O número de elefantes na África caiu de 1,3 milhão em 1970 para cerca de 400 mil hoje.
A Iworry utiliza mídias sociais, petições, imagens e manifestações públicas para criar consciência sobre o comércio de marfim e seus impactos. A campanha pede aos governos mundiais proibição total de todas as vendas de marfim.
Destacando a necessidade de padronização na abordagem a este ilícito, o chefe do Laboratório e Seção Científica da UNODC, Justice Tettey, explicou na sexta-feira (6) que as diretrizes incluirão o reconhecimento das disparidades nacionais em capacidades e quadros legais.
O UNODC auxilia os Estados no acesso a serviços científicos forenses de qualidade em seus esforços para combater as drogas ilícitas e o crime. Nesta parceria com o Consórcio Internacional, são reforçadas as capacidades dos laboratórios dos países afetados.
Com informações da ONU