A busca de um tratamento natural para a Covid-19 é o foco das atenções da bióloga e pesquisadora moçambicana Raquel Matavele Chissumba. Ela ganhou o prêmio para Mulheres Cientistas do Programa Early Career Fellowship por um projeto de pesquisa de plantas medicinais que possam tratar a doença.
A investigação de potenciais terapias para o novo coronavírus será feita em populações residentes nas zonas tropicais de África. O projeto destaca o potencial de algumas plantas nativas para controlar a resposta inflamatória violenta que ocorre em casos graves da infeção provocada pelo novo coronavírus.
A iniciativa faz parte da Organização para Mulheres na Ciência para o Mundo em Desenvolvimento (OWSD) na sigla em inglês, associada à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A paixão pelas plantas medicinais também foi um fator impulsionador para a proposta da bióloga que foi licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique. No Brasil, a pesquisadora obteve o grau de mestre em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Instituto Osvaldo Cruz. Retomou os estudos na Europa e obteve o grau de doutora em Ciências Biomédicas pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica.
A cientista teve uma bolsa de investigação de US$ 50 mil para ajudar nos estudos para encontrar um tratamento da Covid-19. Ela disse acreditar que a paixão pelas plantas medicinais também levou ao reconhecimento de seu trabalho.
“Na época que surgiu a batata africana (nome popular da planta Hypoxis rooperi) como alternativa para o tratamento do HIV. Foi um dos fatores que me fez seguir o curso de biologia, então, eu já tenho essa paixão pelas plantas medicinais já há bastante tempo. E também fiz alguns trabalhos com estudantes na área de pesquisa sobre o potencial que as plantas medicinas têm de moldar o nosso sistema imunológico”.