OMS pede agilidade para evitar mais mortes por malária na África Subsaariana

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Prevenção e tratamento contra a malária em África – Foto de UNICEF

Com informações da OMS

Por conta da pandemia de Covid-19, o acesso aos medicamentos antimaláricos e a dificuldade na distribuição de mosquiteiros tratados com inseticidas poderão levar a uma duplicação do número de mortes por malária na África Subsaariana este ano, em comparação com 2018, de acordo com análise divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 

A OMS insta os países a avançarem rapidamente e a distribuírem instrumentos de prevenção e tratamento nesta fase do surto da Covid-19 na África Subsaariana (países que ficam abaixo do deserto do Saara) para manter em segurança os serviços essenciais de controle da malária.

Divulgada em 23 de abril, a análise considera nove cenários de potenciais perturbações no acesso aos principais instrumentos de controle da malária durante a pandemia em 41 países, e os consequentes aumentos que podem ser observados em casos e mortes.

No pior dos cenários, em que todas as campanhas de mosquiteiros tratados com insecticida (MTI) são suspensas e há uma redução de 75% no acesso aos medicamentos antimaláricos eficazes, a estimativa de mortes por malária na África Subsaariana em 2020 seria de cerca de 770 mil, o dobro do número de mortes registadas na região em 2018. Isto representaria um regresso aos níveis de mortalidade por malária registados há 20 anos.

De acordo com o relatório mundial sobre a malária de 2019, a África Subsaariana representou aproximadamente 93% de todos os casos de malária e 94% das mortes em 2018. Mais de dois terços das mortes ocorreram em crianças com menos de cinco anos de idade.

Uma janela de oportunidade

Até o dia 23 de abril, o número de casos comunicados de Covid-19 na África Subsaariana tem representado apenas uma pequena proporção do total global, embora os casos estejam a aumentar todas as semanas. Isto significa que os países da região têm uma janela de oportunidade crítica para minimizar as perturbações na prevenção e tratamento da malária e salvar vidas nesta fase do surto da Covid-19.

As campanhas de controle dos vectores de massa devem ser aceleradas, assegurando ao mesmo tempo a sua implantação de forma a proteger os trabalhadores da saúde e as comunidades contra a potencial transmissão da Covid-19. A OMS e os seus parceiros elogiam os líderes do Benim, da República Democrática do Congo, da Serra Leoa e do Chade por terem iniciado campanhas durante a pandemia.

As terapias preventivas para mulheres grávidas e crianças devem ser mantidas. O fornecimento de testes de diagnóstico rápidos e de medicamentos antimaláricos eficazes é também essencial para evitar que um caso ligeiro de malária progrida para uma doença grave e para a morte.

A OMS e os seus parceiros desenvolveram orientações para garantir que as pessoas que sofrem de malária possam receber com segurança os cuidados de que necessitam no âmbito do pacote de serviços de saúde essenciais a prestar nos contextos da Covid-19. A adaptação das intervenções contra a malária na resposta à Covid-19 inclui orientações sobre a prevenção da infecção através do controlo dos vectores e da quimioprevenção, testes, tratamento dos casos, serviços clínicos, cadeia de abastecimento e atividades laboratoriais.

A malária é uma doença potencialmente fatal causada por parasitas que são transmitidos aos seres humanos através da picada de fêmeas infectadas de mosquitos Anopheles. Trata-se de uma doença evitável e curável. Estima-se que, em 2018, se registaram 228 milhões de casos de malária em todo o mundo e 405.000 mortes relacionadas com esta doença. Para mais informações sobre a malária, clique aqui www.who.int/malaria