Guiné-Bissau precisa acelerar aprovação de plano de contingência contra covid-19

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Crianças na cidade de Bolama, Guiné-Bissau – Foto: Flickr / Christine Vaufrey

Com informações da ONU News

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que as autoridades da Guiné-Bissau estão demorando com a aprovação do plano de contingência contra o novo coronavírus. Os países vizinhos já têm casos confirmados. Até quinta-feira, o Senegal havia notificado 31 casos positivos e a Guiné-Conacri um.

Em entrevista à ONU News*, o representante da OMS no país, Jean Marie Kipela, explicou a necessidade de aprovar o documento. O plano tem um orçamento de cerca de US$ 1 milhão.

“No Plano de contingência, tudo está incluído porque tem muitos pilares, incluindo prevenção, local de isolamento e quarentena e tratamento dos casos confirmados. Tudo isso está no plano, mas, até esse momento, a implementação do plano não está sendo feita nem a mobilização dos recursos. O plano existe, mas não está ainda aprovado pelas autoridades para começar a implementação. Estamos a perder tempo porque a qualquer momento podemos ter casos.”

Segundo o representante, a OMS recomenda a criação destes planos desde o início da epidemia. Kipela diz que estes documentos “são importantes para mobilizar recursos” e “sensibilizar a população sobre medidas de prevenção.”

A agência da ONU também ajudou o país a conseguir a capacidade de realizar os seus próprios testes. Até terça-feira, a agência já tinha enviado quase 1,5 milhão de testes para 120 nações. A agência está atuando com empresas para aumentar a disponibilidade desses exames para os mais carentes.

Um relatório do Escritório Integrado de Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau, (Uniogbis|), publicado em 2017, destaca “enormes desafios” para o acesso à saúde no país de língua portuguesa. Segundo o documento, a maioria das clínicas e postos básicos de saúde carecem de eletricidade ou abastecimento de água e os salários no setor são baixos.

O relatório afirma ainda que a instabilidade política, a pobreza endêmica, os déficits de prestação de contas, do acesso a alimentos, educação, água potável e saneamento levam a violações do direito à saúde.

Com apoio do Escritório Integrado de Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau, Uniogbis