Gana, Quênia e Malawi testam primeira vacina contra malária

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Com informações da ONU Combate à malária – Foto de UNICEF – Hallahan

Na ocasião do Dia Mundial da Malária, lembrado nesta terça-feira (25), a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu mais esforços para prevenir a doença que continua sendo uma grande ameaça à saúde pública no mundo.

De acordo com relatório da agência da ONU, houve 429 mil mortes por malária e 212 milhões de novos casos em 2015, e uma criança a cada dois minutos morreu devido à doença no mesmo período.

O estudo também apontou lacunas críticas na prevenção da enfermidade, especialmente em países na África Subsariana.

A OMS advertiu que, desde 2001, mais de 663 milhões de casos foram evitados na região africana, que responde por 90% da carga global de malária. As redes tratadas com inseticida têm tido o maior impacto, representando cerca de 69% dos casos evitados através de ferramentas de controle.

No entanto, a agência estima que 43% das pessoas em risco de malária na região não foram protegidas em 2015. Cerca de 69% das mulheres grávidas em 20 países africanos não tiveram acesso às três ou mais doses recomendadas de tratamento preventivo.

“As ferramentas recomendadas pela OMS fizeram uma diferença mensurável na luta global contra a malária, mas nós precisamos de um impulso muito maior para a prevenção, especialmente na África, que carrega o maior fardo da enfermidade”, frisou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

Juntamente com o diagnóstico preciso e tratamento adequado, a OMS recomenda um pacote de abordagens de prevenção, incluindo redes tratadas com inseticida, pulverização de paredes internas com inseticidas e medicamentos preventivos para os grupos mais vulneráveis, como mulheres grávidas e crianças menores de 5 anos.

Em todo o Sahel, onde a maioria dos casos de malária e mortes ocorrem na estação chuvosa, a Organização recomenda também a prevenção sazonal — uma terapia preventiva capaz de reduzir novos casos da doença em crianças em cerca de 75%.

“Qualquer morte por malária — uma doença evitável e tratável — é simplesmente inaceitável”, afirmou o diretor do Programa Mundial de Malária da OMS, Pedro Alonso. “Pedimos à comunidade internacional e parceiros que acelerem o ritmo de ação, especialmente em países de baixa renda e com alta carga de malária”.

Nos últimos anos, sete países foram certificados como tendo eliminado a doença: Emirados Árabes (2007), Marrocos (2010), Turcomenistão (2010), Armênia (2011), Maldivas (2015), Sri Lanka (2016) e Quirguistão (2016). A certificação é concedida pela OMS quando os países atingem pelo menos três anos consecutivos de zero registros de casos da doença adquiridos localmente.

O Dia Mundial da Malária acontece na Semana Mundial da Imunização (24-30 de abril), que celebra o uso generalizado de vacinas que protegem as pessoas contra 26 doenças. Globalmente, as vacinas previnem cerca de dois a 3 milhões de mortes por ano.

Gana, Quênia e Malauí testam primeira vacina contra malária

Gana, Quênia e Malauí estão realizando os primeiros testes da vacina que está sendo desenvolvida para impedir novos casos de malária. A imunização foi elaborada para proteger crianças da forma mais fatal da doença, causada pelo parasita Plasmodium falciparum. A OMS acompanhará os testes nas três nações africanas, escolhidas como “laboratórios” do tratamento preventivo por causa de suas altas taxas de infecção.

Apesar de a vacina ter sido a única a passar com êxito em uma série de ensaios clínicos, ainda são necessárias aplicações na população para que o insumo de saúde seja declarado completamente eficaz pela agência da ONU. Público-alvo dos testes são crianças com cinco a 17 meses de idade.

A OMS realizará a primeira etapa de imunização com um investimento de 50 milhões de dólares. Orçamento foi disponibilizado por parceiros como a Aliança Global para Vacinação (GAVI), o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, e a Iniciativa Global para Compra de Medicamentos.