Por iniciativa da comunidade local de Timbuktu, uma cerimônia de consagração dos mausoléus neste sítio histórico e Patrimônio Mundial da Humanidade foi celebrada nesta quinta-feira (5), retomando uma prática realizada pela última vez no século XI. A solenidade marca a fase final do renascimento cultural, apoiado pelas Nações Unidas, da cidade ancestral no Mali, após sua destruição causada por extremistas em 2012.
“Estes mausoléus estão agora mais uma vez de pé”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, em uma mensagem para o povo de Mali. Durante o auge da época de ouro, no século XV e XVI, Timbuktu era uma capital econômica, intelectual e espiritual, bem como um centro de difusão da cultura islâmica em toda a África.
“Esta é a prova irrefutável de que a unidade é possível e a paz é ainda mais forte do que antes. Nós fizemos isso e podemos fazê-lo novamente”, acrescentou.
Em janeiro de 2012, combates entre as forças governamentais e rebeldes tuaregues começaram na região e o sítio foi, posteriormente, destruído pelos extremistas que ocuparam a localidade.
Os mausoléus têm sido locais de peregrinação para o povo do Mali e os países vizinhos na África Ocidental, e há um crença amplamente difundida de que eles ajudam a proteger a cidade do perigo. Dezesseis deles estão inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, e 14 foram destruídas em 2012, o que representa uma perda trágica para as comunidades locais.
Em 2013, o governo do Mali pediu a parceiros, incluindo a UNESCO, para auxiliar na preservação dos manuscritos antigos e na reabilitação dos 14 mausoléus destruídos. O processo começou em março de 2014, quando pedreiros locais, sob a supervisão do imã de Djingareyber, e com o apoio da UNESCO e da Missão das Nações Unidas Multidimensional Integrada de Estabilização no Mali (MINUSMA), colocou o primeiro tijolo de barro para reconstruir dois dos mausoléus. A operação terminou em julho de 2015.