Eleições na Costa do Marfim abrem ‘novo capítulo na história do país’, diz representante da ONU

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Costa do Marfim
Meninos celebram Dia da Criança Africana em atividades realizadas pela UNOCI e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: UNOCI / Basile Zoma

Com informações da ONU

A representante especial do secretário-geral e chefe da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (UNOCI), Aïchatou Mindaoudou, destacou nesta quarta-feira (13) que a conclusão pacífica das eleições presidenciais no país oferece uma oportunidade “de virar a página e começar um novo capítulo na história da nação”. Em mensagem ao Conselho de Segurança, a dirigente elogiou o compromisso assumido pelo chefe de Estado recém-eleito com a reconciliação nacional, mas alertou para desafios políticos e de segurança.

O pleito presidencial ocorreu em 25 de outubro do ano passado, quando a maioria da população marfinense optou por reeleger o presidente Alassane Quattara para um segundo mandato. De acordo com Mindaoudou, o resultado da votação foi validado por um Conselho Constitucional “numa atmosfera de calma e ordem, em flagrante contraste com 2010”, ano em que uma crise pós-eleitoral eclodiu, levando o país a uma nova guerra civil que perdurou até 2011.

A representante da ONU ressaltou a conjuntura atual da Costa do Marfim, “que é agora a segunda maior economia na África Ocidental, uma recuperação considerável desde a crise”. “A reconciliação nacional, contudo, está ficando atrás da reconstrução e recuperação econômicas”, alertou. Mindaoudou elogiou a postura de Quattara que, em seu discurso de posse, comprometeu-se a fazer da coesão nacional uma prioridade de seu governo. A chefe da UNOCI também louvou o perdão concedido a cerca de 3,1 mil prisioneiros, alguns dos quais haviam sido detidos durante a crise pós-eleitoral.

Ainda sobre as consequências duradouras dos confrontos, Mindaoudou destacou a necessidade de investigar crimes e atrocidades cometidos durante a guerra civil. Para a representante, “os progressos ainda permanecem tímidos” e indivíduos considerados culpados por violações dos direitos humanos devem ser julgados independentemente de sua afiliação política.

No que tange à segurança nacional, a diretora da UNOCI considerou que a realização das eleições presidenciais foi um teste bem-sucedido para as forças militares e policiais. Mindaoudou ressaltou que os índices de crimes violentos no país continuam a diminuir, embora roubos armados e ameaças terroristas continuem sendo um desafio para a Costa do Marfim. A dirigente espera conseguir reduzir o contingente da UNOCI para 4 mil oficiais até março desse ano. Atualmente, a operação conta com 5.437 militares e 1,5 mil policiais.