Natalia da Luz, Por dentro da África
Durban – A África do Sul é uma nação rica, diversificada, colorida, com mais de 11 línguas oficiais. Entre os maiores grupos étnicos está o zulu, reconhecido por ser habilidoso na batalha e a na caça. No país de mais de 50 milhões de habitantes, mais de 20% da população tem o zulu como idioma materno. Em Kwazulu Natal, na província dos zulus, o Por dentro da África fez alguns registros dessa cultura.
-Somos muito orgulhosos da nossa cultura, mas não podemos esquecer que antes de sermos zulu, somos nguni (grupos pastoris que hoje ocupam regiões da África Austral). Neste grupo e
stão os xhosa, ndebele, suázi e shangana – disse em entrevista ao Por dentro da África, Majuda, chefe do Zulu Nyala.
Os zulus vivem em territórios correspondentes à África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique. No passado, no século XIX, os zulus formaram uma nação guerreira que resistiu à expansão britânica e bôer.
Shaka Zulu
Durante a Indaba (maior feira de turismo do continente africano), Majuda lembrou que quem uniu e deu a força que os zulus têm hoje foi o rei Shaka Zulu. Shaka Zulu (também chamado de Tshaka, Tchaka ou Chaka) foi o maior líder que a nação zulu já teve. O chefe tribal que viveu entre 1778 e 1828 recebeu o nome de “parasita” (shaka, no idoma zulu) porque a mãe, de outra etnia, havia engravidado de um zulu que a desprezara. Por isso e pelo fato de ela não ter sido tão amigável (segundo registros dessa data), a maioria dos moradores da comunidade dizia que ela tinha um shaka no ventre.
Após o nascimento de Shaka, os dois buscaram abrigo em outro reino. Ainda bem jovem, ele, o futuro líder dos zulus, já despontava como um grande guerreiro, vencendo batalhas para o seu povo. O retorno à tribo que o expulsara aconteceu em 1818, quando o pai, chefe tribal, morreu. Shaka removeu o irmão que estava prestes a assumir o comando e passou a liderar um clã de 1300 pessoas e 300 guerreiros.
O reinado de Shaka se expandiu e fortificou o seu povo, que se tornou famoso em todo o continente. Em 22 de janeiro de 1879, um exército zulu composto por 20 mil homens atacou tropas inglesas na região do Transvaal, na África Austral. Foi a maior derrota da Inglaterra na África.
Tradições
Uma das tradições sempre muito lembrada é a poligamia (permitida apenas para os homens). Majuda disse que, dificilmente, um homem zulu tem apenas uma mulher. Geralmente, ele tem duas ou três. Ele, por exemplo, tem duas.
-Algumas pessoas fazem perguntas do tipo: mas por que você tem apenas uma mulher e não seis? Esse número de mulheres é decidido de acordo com a condição financeira do homem e também de acordo com o chefe da tribo – explicou Majuda, completando que a primeira mulher também precisa aceitar a inserção de uma nova esposa na família.
Cabe lembrar que esses costumes que pertencem á cultura zulu, atualmente, não são seguidos por todos, principalmente nas cidades onde a rotina se configura de uma outra maneira.
– As tradições zulu ainda são praticadas, mesmo nas cidades, mas não são tão generalistas assim. A poligamia (o costume de ter mais de uma esposa ou marido) é , agora, uma escolha de alguns indivíduos. Alguns usam os costumes para suprir a ganância e a luxúria, mas é uma obrigação para um homem zulu ter mais do que uma esposa – disse em entrevista ao Por dentro da África o promotor de eventos George Mthembu que as pessoas estão se tornando mais modernas sobre o tipo de coisas e eles perceberam que é um costume que custa caro.
Valor do dote
Na cultura zulu, uma esposa custa o equivalente a 11 vacas, ou seja, no mínimo, R$1000 reais. Um vaca pode custar de 5,000 até 12,000 rands (moeda sul-africana). Desta forma, o lobola (nome ulilizado para se referir ao ‘preço da noiva’ ou dote) pode variar de 11 mil a 30 mil reais. George, que vive em Durban (terceira maior cidade do país em número de habitantes), lembra que há outra variante neste ritual. Se a noiva tiver sangue real, o valor pode duplicar.
-Esse valor, que ainda é utilizado em áreas rurais do nosso país, é convertido. É uma forma de mostrar o poder do homem. O processo do dote começa com o envio de uma pessoa confiável da família do noivo para negociar com a família da noiva. Às vezes, o dinheiro não é pago na íntegra. As negociações seguem, e a família da noiva envia a solicitação de que eles querem “presentes”. Geralmente, cobertores, tapetes, panelas, pratos e comida são dados como presentes – exemplificou George.
Hi! – Sawubona! (para uma pessoa) / Sanibona! (mais de uma pessoa)
Good morning! – Sawubona! (para uma pessoa) / Sanibona!(mais de uma pessoa)
Good evening!- Sawubona! (para uma pessoa) Sanibona!(mais de uma pessoa)
Welcome! Ngiyakwemukela! (para uma pessoa) / Ngiyanemukela! (mais de uma pessoa)
How are you? – Unjani?
I’m fine, thanks! – Ngikhona, ngiyabonga! / Ngiyaphila, ngiyabonga!
And you?- Wena unjani?
Thank you (very much)!- Ngiyabonga (kakhulu)!
You’re welcome! – (for “thank you”)Kulungile!
Hey! Friend! – Heyi! Mngani!
I missed you so much! – Ngikukhumbulile kangaka!
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*Por dentro da África viajou a convite da South African Tourism e South African Air Ways