A migração entre países africanos pode acelerar o crescimento e transformar de forma positiva a economia do continente, segundo o “Relatório para o Desenvolvimento Econômico de África: Migração para uma Transformação Estrutural”, que indica que esse processo regulado pode fazer o rendimento per capita crescer 3,5% por ano, passando dos US$ 2.008 de 2016 para US$ 3.249 em 2030.
Segundo o relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, cerca de 700 mil pessoas mudaram-se de Moçambique para a África do Sul em 2017, tornando esta rota o terceiro corredor de migração mais usado no continente, depois de Burkina Faso/Costa do Marfim, e Sudão do Sul/Uganda.
No grupo de países lusófonos, Cabo Verde terá mais 0,1% de pessoas a sair do país do que a entrar nesse ano. Em Angola, esse valor será de 0,5%, assim como em Moçambique. Em São Tomé e Príncipe será de 2,5% e, na Guiné-Bissau, 3%.
Historicamente, os africanos mudam-se mais dentro do continente do que para fora dele. No ano passado, 19 milhões de africanos foram viver para outro país africano e cerca de 17 milhões mudaram-se para o exterior. Estes países também receberam 5,5 milhões de pessoas vindas de outros continentes.
Em 2017, o país africano que mais recebeu migrantes foi a África do Sul, seguido da Costa do Marfim, Uganda, Nigéria e Etiópia, todos com mais de 1 milhão de migrantes. Em Costa do Marfim, esses imigrantes têm o maior impacto econômico, cerca de 19% do Produto Interno Bruto, PIB.
No ano passado, a idade média do migrante interno em África era de 31 anos, o valor mais baixo em todo o mundo, e as mulheres eram quase metade do total, 47%.