Por dentro da África
Rio – Acusado por generais angolanos, Rafael Marques, jornalista e ativista de direitos humanos, foi a julgamento nesta terça-feira em Luanda, capital de Angola. A próxima audiência será no dia 23 de abril. Sete generais em conjunto com a Sociedade Mineira do Cuango pedem indenização por difamação.
Durante alguns meses, o jornalista foi impedido de sair do seu próprio país. Em discurso, o ativista disse que “Angola é um país que existe, embora grande parte concorde que ainda não é uma nação. A democracia é uma farsa, o governo é uma farsa, as políticas internacionais para Angola são também uma farsa” – afirma Marques em sua obra.
Em abril de 2013, Marques foi interrogado no Departamento de Combate ao Crime Organizado, sob a acusação de difamação por conta do livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola”, publicado em Portugal, em 2011. A obra documenta casos de homicídio, tortura, deslocamentos forçados e intimidação contra os habitantes das áreas de extração de diamantes em Lundas.
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Em 2000, ele foi condenado a seis meses de prisão e sentenciado a pagar uma indenização por difamação contra o presidente José Eduardo dos Santos, mas o Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas decidiu que o julgamento, em Angola, violara os direitos de Marques e condenou o governo a pagar-lhe uma indenização.
Além dessa acusação feita pelo Ministério Público, há também uma outra, desta vez, relacionada com crime de difamação apresentada por uma empresa de exploração mencionada no livro “Diamantes de Sangue”.
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